Tenho ficado impressionado com a quantidade de mulheres sozinhas que me procuram, no consultório. Na categoria “mulheres sozinhas”, incluo também aquelas que estão em relacionamentos nos quais o parceiro está, mas não está, saca? Não? Eu também não, mas, acredite se quiser, esta é a categoria mais densamente povoada do meu gráfico relativo á população feminina da nossa espécie, no momento. Pelo menos, as que me procuram…


Como é um relacionamento no qual o parceiro está, mas não está? Ah, ele está, mas não tem compromisso nenhum de estar lá amanhã ou depois. Ele está “ficando” com ela (e com a torcida do Flamengo ao mesmo tempo) enquanto a “parada rolar”, saca?


Algumas clientes me contam o mesmo roteiro: ela estava namorando um rapaz. Daí eles se separaram. Depois da separação, “ficaram” durante algum tempo e ele arrumou outra. E agora, como estão? Eu pergunto… Ah, agora a gente tá só de “rolo”, saca?…



Vejam, em um pequeno parágrafo, temos três categorias diferentes de relacionamentos: namoro, ficar e rolo. Não sei se sei claramente o que vem ser cada uma e a diferença entre elas, mas me parece que o que as caracteriza, são os teores de comprometimento com a relação, encontrados: o baixo, o baixíssimo e o quase inexistente, que seria uma espécie de “Coca-Diet” dos relacionamentos.



Traduzindo: Ela tinha um namorado. Eles tinham um relacionamento. Havia momentos, conflitos, negociações, resoluções de conflitos, sexo, que ás vezes era bom, ás vezes era ruim, e ás vezes não rolava. Gozo, lágrimas, cobranças, baixarias, momentos sublimes… Eles saiam juntos para ir jantar, ir ao cinema, ir visitar os pais dela, os dele, a tia chata que está no hospital… Ele tinha que comprar um presente para ela no dia do aniversário dela, ela no dele… Dia dos namorados… Levar o cachorro para dar uma volta, dar uma dura no irmão menor dela, que não respeita ninguém… Um auxiliava o outro a estudar para o concurso, a prova da carteira de motorista… Ela lia o evangelho pra ele, que era ateu… Enfim, algo cheio de altos e baixos, momentos bons e ruins, alegres e tristes, que eles iam vivendo juntos, compartilhando… Tipo “Eduardo e Mônica”… Saca? Estavam até pensando em noivar… Em 2012 (se o mundo não acabar…)



Então ele começou a achar ruim essa história, por que tudo isso estava “limitando a liberdade” dele, e ele é muito jovem e precisa “viver a vida”, saca?… Uai tchê, mas aquilo tudo lá que eles estavam vivendo juntos não é a vida? É o que então? O que é a vida, então?
Mas ele achou (e os pais dele concordaram) que ele é “muito jovem para se comprometer”, e que precisa “aproveitar mais a vida”… Afinal, ele só tem vinte e nove anos… Eles romperam o namoro…



Se você acha que cada um seguiu o seu rumo na vida, lambendo as feridas e cicatrizando o que ficou aberto, para se permitir uma nova relação com outra pessoa, você está completamente enganado. Eles agora inauguraram uma nova modalidade: o ficar. Eles “ficam”, de vez em quando.
Qual é a diferença? Bem, de toda aquela lista de coisas que eles faziam juntos, lá em cima, sobrou apenas o sexo, e sair, vez por outra para um jantar ou um cinema (cada um paga o seu, que fique bem claro). Ou seja, tira-se fora o ônus da relação, e fica-se apenas com o bônus. Filé sem osso, peixe sem espinhas, aquelas saladas que já se compram prontinhas para ir á mesa, não precisa nem lavar… Empacotadinho, você nem suja as mãos… Genial, não?



E o que aconteceu nos capítulos seguintes? Bem, ele arrumou outra namorada. Mas… Ele não era jovem demais para perder a sua “liberdade”? Sim, mas essa é gatíssima, e tem uns dez anos a menos, e… é malhadíssima, e… coisa de alma, espiritual, saca? Coisa de outra vida…   E a cliente?  Eles se separam de vez? Você poderia perguntar. Acabou o “ficar”?



Sim e não… Mais ou menos… Eles agora não estão mais ficando, eles estão de “rolo”. Saca?



Agora, de toda aquela lista, só sobrou o sexo. E é sempre bom, porque ela agora é a “outra”, e sexo com a outra sempre é mais gostoso, saca?



Este sim é o supra-sumo da “relação free”, “Amor” livre mesmo, a grande evolução da nossa espécie, o fast-food dos relacionamentos, só prazer, puro prazer… A Coca-Zero: o fast-foda. Nenhum compromisso meeeesmoooo! Nenhum sofrimento, nenhuma preocupação, nenhuma chateação. Até uma garota de programa, que recebe dinheiro explicitamente pelos seus serviços, recebe mais consideração…



Sim, podemos freudianamente enumerar uma lista de motivos para ela topar um “negócio da china” destes, e eu faria isto sem nenhuma objeção. Mas quando algo vira uma epidemia mundial, penso que temos que ir por outro caminho…



Já dizia Carl Jung em meados do século passado (JUNG, C.G.; Sobre o Amor - Seleção e edição de Marianne Schiess; Editora Idéias & Letras, Aparecida, SP, 2005; pg.23):

Assim como nenhuma planta cresce contra a morte, não existem meios simples de se facilitar uma coisa difícil, como no caso da vida. Podemos somente eliminar a dificuldade por meio de um correspondente emprego de energia. As soluções libertadoras só existem quando o esforço é integral. Todo o resto é coisa mal feita e inútil. Só se poderia pensar em amor livre se todas as pessoas realizassem elevados feitos morais. Mas a idéia do amor livre não foi inventada com esse objetivo e sim para deixar algo difícil parecer fácil. Ao amor pertencem a profundidade e a fidelidade do sentimento, sem os quais o amor não é amor, mas somente humor. O amor verdadeiro sempre visa ligações duradouras, responsáveis. Ele só precisa da liberdade para escolha, não para sua implementação.Todo amor verdadeiro, profundo é um sacrifício. Sacrificamos nossas possibilidades, ou melhor, a ilusão de nossas possibilidades. Quando não há esse sacrifício, nossas ilusões impedirão o surgimento do sentimento profundo e responsável, mas com isso também somos privados da experiência do amor verdadeiro. O amor tem mais do que uma coisa em comum com a convicção religiosa: ele exige um posicionamento incondicional, ele espera uma doação completa. E como apenas aquele que crê, aquele que se doa por completo a seu Deus, partilha da manifestação da graça de Deus, assim também o amor só revela seus maiores segredos e milagres àquele capaz de uma doação incondicional e de fidelidade de sentimentos. Como esse esforço é muito grande, só alguns poucos mortais podem vangloriar-se de tê-lo realizado. Porém, como o amor mais fiel e o que se doa ao máximo sempre é o mais belo, nunca se deveria procurar o que pudesse facilitá-lo. Só um mau cavaleiro de sua dama do coração recua diante da dificuldade do amor. O AMOR É COMO DEUS, AMBOS SÓ SE OFERECEM AOS SEUS SERVIÇAIS MAIS CORAJOSOS.



É claro que Jung está falando de algo muito elevado, de um modelo ideal. Mas não podemos deixar de olhar para a situação em que nos encontramos, na qual estamos fazendo justamente aquilo que ele diz ser “coisa mal feita e inútil”, aquilo que ele diz não ser amor, e sim apenas humor, e nos perguntarmos: onde este trem vai parar? O que acontece quando tornamos algo difícil parecer fácil? O que acontece conosco, quando não queremos mais viver nenhum tipo de sacrifício pelo amor? Nenhum tipo de sacrifício? O que acontece conosco quando renunciamos ao amor, ou a possibilidade de vir a conhecê-lo, mesmo que de longe? O que acontece conosco quando renunciamos á renuncia, e partimos numa viagem desesperada em busca de prazer?



O que acontece conosco quando nos prostramos aos pés de uma deusa chamada liberdade, mesmo que não tenhamos a menor idéia do significado espiritual desta palavra?



Podemos talvez nos perguntar o que vai acontecer com essa geração de homens e mulheres, essa geração de menininhos e menininhas mimados que só querem comer a cobertura de chocolate do bolo? Menininhos e menininhas que quando encontram o recheio de ameixa, logo pegam outra fatia, para comer só o “docinho”… O que espera essa geração de gente que foge da entrega e do amor, que nem o diabo foge da cruz? Essa gente que foge do compromisso, de decisão? Da escolha, do sacrifício, essa gente que foge da dor… E da vida… O que acabará por encontrar?



Talvez esta fala do velho sábio esteja relacionada com a explosão nas vendas de antí-depressívos e antí-ansiolíticos que observamos nas últimas décadas…  Talvez este assunto que discutimos aqui esteja relacionado de alguma maneira com as previsões sombrias da OMS (Organização Mundial de Saúde), de que teremos 35% da população mundial sofrendo de depressão em 2020, e outros 35% atolados em alguma forma severa de adição, sejam drogas, alcool, comida, sexo ou compras…



Saca?


Pessoa perigosa como você,
está no meu coração,
naquele dia mais bonito,
olhando as belas planices,
vi que hoje eh um dia perfeito,
para a mão do criador.

Ele pretende acabar com meu jogo,
o velho espirito,
pega seu ventriloco e te manipula,
domina sua mente,
e ele acha tudo isso engraçado,
despedaçar meu coraçao,
virou uma piada oniciente, onipresente.

Perfeito e estranho,
o som que soa da tua boca,
nao é aquilo que você queria dizer,
o criador faz você achar que ele manipula,
você realmente acredita nele,
acredite em você.

O seu coração é seu criador,
estou eperando por você,
cortar de vez esse ventriloco,
tomar as suas decisões,
enfrentar sem ser manipulada,
são apenas vozes, equizofrenica,
tape os ouvidos e... fale mais alto.



(by bOw - tem vozes por traz desse mistério 29/10/2009)


Os segredos que são só meus,
em minha mente estão seguros,
qualquer um pode tentar procurar,
aquilo que eu queria dizer,
esta guardado.

Pode tentar encontrar,
na minha mente esta bem guardado.

É como uma estrela no céu,
você sabe que esta lá,
pode ate mesmo apontar para uma,
mas sabe que nunca conseguira,
alcançar nenhuma delas.

Vai sussurrar e me perguntar,
o que eu queria lhe dizer,
esta bem guardado,
não quis mover minha boca,
talvez, para não te magoar.

Pode tentar encontrar,
os segredos que eu guardo,
os movimentos dos lábios,
o ar que sai dos pulmões,
o som das frases,
nunca saberá.


(by bOw - preste atenção, nunca 20/11/2009)

Musica dos Detonautas, me identifiquei muito com essa letra!
acho que funciona mais ou menos assim, o mundo nao fecha
todas as portas.. e mesmo que feche.. é so passar pela greta,
pra quem sabe o que realmente é amar, sabe que não acaba,
vou pra qualquer lugar com minha porta aberta. abraços!





O que seria da tua beleza
se eu fechasse os meus olhos para você?
Do que adiantaria essa tua ideologia
se a tua própria liberdade se transformasse em opressão?

Escute o meu silêncio

Talvez você nem tenha percebido
que eu te quis também
Se ao menos eu pudesse te mostrar
que o inferno são os outros

Você não quis me escutar
e o tempo não parou

Vou sair pra ver o sol
Vou mentir e dizer que não sou feliz
Vou sair pra ver o sol
Deixo a porta aberta se quiser voltar
mas saiba que eu também consigo viver só

A solidão quem me ensinou a ser mais forte
E a qualquer lugar eu vou sem medo

Você não quis me escutar
e o tempo não parou

=)


os-estudantes-aprendem-na-sala-de-aula-thumb1722134

















Sexta passada, o teólogo, filósofo e escritor Leonardo Boff, proferiu umas de suas palestras sobre “Ciência e Religião na Escola”, na qual ele discutiu com professores e universitários sobre sua opinião, que defende o ensino religioso nas escolas, alegando que isso introduz os estudantes na espiritualidade, que para ele é a essência das religiões. Alguns desses professores apoiaram e falaram do seu interesse no projeto, e que o mesmo está sendo prioridade na gestão atual.

Para Boff, a escola tem como função introduzir a religião no currículo escolar para que haja uma educação mais humanística e completa. em uma de suas falas ele disse:  “Isso mostra que a humanidade está cansada de excesso de racionalismo, consumismo, materialismo, e quer uma dimensão espiritual.”

Vejo nessa fala um julgamento prévio e sobreposição sobre a opinião dos estudantes. Onde está o direito dos ateus de não participarem de tais aulas? Eu particularmente tive a sorte de fazer o Ensino Médio em uma escola onde essa disciplina era facultativa, e adivinhem… não fiz.  Porém há ateus que gostariam muito de assistir, mas e os que não queren? No meu caso eu preferir não participar por causa de uns assuntos pessoais, porque uma das coisas que mais me fascinam são as religiões e mitologias, e a capacidade da mente humana para criar as mesmas.


ateismo-matematico
























Outro ponto importante, é sobre a humanização, falei disso no meu primeiro post, mas repito, é bem mais viável e natural que as pessoas sejam humanitárias por pura filantropia e não por achar que vai receber um paraíso por ações bondosas. Certo de que essa esperança contribui para que as coisas caminhem bem, porém será que não é apenas uma troca de favores?



Não precisa casar. Sozinho é melhor
O psiquiatra decreta a morte do amor romântico e diz que
a vida de solteiro é um caminho viável para a felicidade



Duda Teixeira
"Para os meus pacientes, eu sempre digo: se você tiver de escolher entre o amor ea individualidade, opte pelo segundo."


Com 41 anos de clínica, o médico psiquiatra Flávio Gikovate acompanhou os fatos mais marcantes que mudaram a sexualidade no Brasil e no mundo. Por meio de mais de 8.000 pessoas atendidas, assistiu ao impacto da chegada da pílula anticoncepcional na década de 60 e a constituição das famílias contemporâneas, que agregam pessoas vindas de casamentos do passado. Suas reflexões sobre o amor ao longo de esse tempo foram condensadas no seu 26º livro, Uma História de Amor... com Final Feliz. Na obra, a oitava sobre o tema, Gikovate ataca o amor romântico e defende o individualismo, entendido não como descaso pelos outros e sim como uma maneira de aumentar o conhecimento de si próprio. Tendo sido um dos primeiros a publicar um estudo no país sobre sexualidade, atuou em diversos meios de comunicação, como jornais e revistas e na televisão. Atualmente, possui um programa na rádio, em que responde perguntas feitas por ouvintes. Aos 65 anos, ele atendeu a reportagem de Veja em seu consultório no elegante bairro dos Jardins, em São Paulo.

"Os solteiros que estão mal são os que ainda sonham com o amor romântico. Pensam que precisam de outra pessoa para se completar. Como Vinicius de Moraes, acham que que 'é impossível ser feliz sozinho'. Isso caducou. Daí, vivem tristes e deprimidos."

Veja - O senhor diria para a maioria das pessoas que o casamento pode não ser uma boa decisão na vida?
Gikovate - Sim. As pessoas que estão casadas e são felizes são uma minoria. Com base nos atendimentos que faço e nas pessoas que conheço, não passam de 5%. A imensa maioria é a dos mal casados. São indivíduos que se envolveram em uma trama nada evolutiva e pouco saudável. Vivem relacionamentos possessivos em que não há confiança recíproca nem sinceridade. Por algum tempo depois do casamento, consideram-se felizes e bem casados porque ganham filhos e se estabelecem profissionalmente. Porém, lá entre sete e dez anos de casamento, eles terão de se deparar com a realidade e tomar uma decisão drástica, que normalmente é a separação.


Veja - Ficar sozinho é melhor, então?
Gikovate - Há muitos solteiros felizes. Levam uma vida serena e sem conflitos. Quando sentem uma sensação de desamparo, aquele "vazio no estômago" por estarem sozinhos, resolvem a questão sem ajuda. Mantêm-se ocupados, cultivam bons amigos, lêem um bom livro, vão ao cinema. Com um pouco de paciência e treino, driblam a solidão e se dedicam às tarefas que mais gostam. Os solteiros que não estão bem são geralmente os que ainda sonham com um amor romântico. Ainda possuem a idéia de que uma pessoa precisa de outra para se completar. Pensam, como Vinicius de Moraes, que "é impossível ser feliz sozinho". Isso caducou. Daí, vivem tristes e deprimidos.


Veja - Por que os casamentos acabam não dando certo?
Gikovate - Quase todos os casamentos hoje são assim: um é mais extrovertido, estourado, de gênio forte. É vaidoso e precisa sempre de elogios. O outro é mais discreto, mais manso, mais tolerante. Faz tudo para agradar o primeiro. Todo mundo conhece pelo menos meia-dúzia de casais assim, entre um egoísta e um generoso. O primeiro reclama muito e, assim, recebe muito mais do que dá. O segundo tem baixa auto-estima e está sempre disposto a servir o outro. Muitos homens egoístas fazem questão que a mulher generosa esteja do lado dele enquanto ele assiste na televisão os seus programas preferidos. Mulheres egoístas não aceitam que seus esposos joguem futebol. Consideram isso uma traição. De um jeito ou de outro, o generoso sempre precisa fazer concessões para agradar o egoísta, ou não brigar com ele. Em nome do amor, deixam sua individualidade em segundo plano. E a felicidade vai junto. O casamento, então, começa a desmoronar. Para os meus pacientes, eu sempre digo: se você tiver de escolher entre amor e individualidade, opte pelo segundo.


Veja - Viver sozinho não seria uma postura muito individualista?
Gikovate - Não há nada de errado em ser individualista. Muitos dos autores contemporâneos têm uma postura crítica em relação a isso. Confundem individualismo com egoísmo ou descaso pelos outros. São conceitos diferentes. Outros dizem que o individualismo é liberal e até mesmo de direita. Eu não penso assim. O individualismo corresponde a um crescimento emocional. Quando a pessoa se reconhece como uma unidade, e não como uma metade desamparada, consegue estabelecer relações afetivas de boa qualidade. Por tabela, também poderá construir uma sociedade mais justa. Conhecem melhor a si próprio e, por isso, sabem das necessidades e desejos dos outros. O individualismo acabará por gerar frutos muito interessantes e positivos no futuro. Criará condições para um avanço moral significativo.



"As colunas e programas de rádio que eu faço não me trazem clientes. Às vezes, só atrapalham. Em 1982, aceitei trabalhar com o Corinthians. Era a democracia corinthiana. Foi um balde de água fria na clínica."

 

Veja - Por que os casamentos normalmente ocorrem entre egoístas e generosos?
Gikovate - A idéia geral na nossa sociedade é a de que os opostos se atraem. E isso acontece por vários motivos. Na juventude, não gostamos muito do nosso modo de ser e admiramos quem é diferente de nós. Assim, egoístas e generosos acabam se envolvendo. O egoísta, por ser exibicionista, também atrai o generoso, que vê no outro qualidades que ele não possui. Por fim, nossos pais e avós são geralmente uniões desse tipo, e nós acabamos repetindo o erro deles.


Veja - Para quem tem filhos não é melhor estar em um casamento? E, para os filhos, não é melhor ter pais casados?
Gikovate - Para quem pretende construir projetos em comum – e ter filhos é o mais relevantes deles – o melhor é jogar em dupla. Crianças dão muito trabalho e preocupação. É muito mais fácil, então, quando essa tarefa é compartilhada. Do ponto de vista da criança, o mais provável é que elas se sintam mais amparadas quando crescem segundo os padrões culturais que dominam no seu meio-ambiente. Se elas são criadas pelo padrasto, vivem com os filhos de outros casamentos da mãe, mas estudam em uma escola de valores fortemente conservadores e religiosos, poderão sentir algum mal-estar. Do ponto de vista emocional, não creio que se possa fazer um julgamento definitivo sobre as vantagens da família tradicional sobre as constituídas por casais gays ou por um pai ou mãe solteiros. Estamos em um processo de transição no qual ainda não estão constituídos novos valores morais. É sempre bom esperar um pouco para não fazer avaliações precipitadas.


Veja - Que conselhos você daria para um jovem que acaba de começar na vida amorosa?
Gikovate - É preciso que o jovem entenda que o amor romântico, apesar de aparecer o tempo todo nos filmes, romances e novelas, está com os dias contados. Esse amor, que nasceu no século XIX com a revolução industrial, tem um caráter muito possessivo. Segundo esse ideal, duas pessoas que se amam devem estar juntas em todos os seus momentos livres, o que é uma afronta à individualidade. O mundo mudou muito desde então. É só olhar como vivem as viúvas. Estão todas felizes da vida. Contudo, como muitos jovens ainda sonham com esse amor romântico, casam-se, separam-se e casam-se de novo, várias vezes, até aprender essa lição. Se é que aprendem. Se um jovem já tem a noção de não precisa se casar par ser feliz, ele pulará todas essas etapas que provocam sofrimento.


Veja - As mulheres são mais ansiosas em casar do que os homens? Por quê?
Gikovate - As mulheres têm obsessão por casamento. É uma visão totalmente antiquada, que os homens não possuem. Uma vez, quando eu ainda escrevia para a revista Cláudia, o pessoal da redação fez uma pesquisa sobre os desejos das pessoas. O maior sonho de 100% das moças de 18 a 20 anos de idade era se casar e ter filho. Entre os homens, quase nenhum respondeu isso. Queriam ser bons profissionais, fazer grandes viagens. Essa diferença abismal acontece por razões derivadas da tradição cultural. No passado, o casamento era do máximo interesse das mulheres porque só assim poderiam ter uma vida sexual socialmente aceitável. Poderiam ter filhos e um homem que as protegeria e pagaria as contas. Os homens, por sua vez, entendiam apenas que algum dia eles seriam obrigados a fazer isso. Nos dias que correm, as razões que levavam mulheres a ter necessidade de casar não se sustentam. Nas universidades, o número de moças é superior ao de rapazes. Em poucas décadas, elas ganharão mais que eles. Resta acompanhar o que irá acontecer com as mulheres, agora livres sexualmente, nem sempre tão interessadas em ter filhos e independentes economicamente.


Veja - Como será o amor do futuro?
Gikovate - Os relacionamentos que não respeitam a individualidade estão condenados a desaparecer. Isso de certa forma já ocorre naturalmente. No Brasil, o número de divórcios já é maior que o de casamentos no ano. Atualmente, muitos homens e mulheres já consideram que ficarão sozinhos para sempre ou já aceitam a idéia de aguardar até o momento em que encontrarão alguém parecido tanto no caráter quanto nos interesses pessoais. Se isso ocorrer, terão prazer em estar juntos em um número grande de situações. Nesse novo cenário, em que há afinidade e respeito pelas diferenças, a individualidade é preservada. Eu estou no meu segundo casamento. Minha mulher gosta de ópera. Quando ela quer ir, vai sozinha. E não há qualquer problema nisso.


Veja - Quando duas pessoas decidem morar juntas, a individualidade não sofre um abalo?
Gikovate - Não necessariamente elas precisarão morar juntas. Em um dos meus programas de rádio, um casal me perguntou se estavam sendo ousados demais em se casar e continuarem morando separados. Isso está ficando cada dia mais comum. Há outros tantos casais que moram juntos, mas em quartos separados. Se o objetivo é preservar a individualidade, não há razão para vergonha. O interessante é a qualidade do vínculo que existirá entre duas pessoas. No primeiro mundo, esse comportamento já é normal. Muitos casais moram até em cidades diferentes.


Veja - É possível ser fiel morando em casas ou cidades diferentes?
Gikovate - A fidelidade ocorre espontaneamente quando se estabelece um vínculo de qualidade. Em um clima assim, o elemento erótico perde um pouco seu impacto. Por incrível que pareça, essas relações são monogâmicas. É algo difícil de explicar, mas que acontece.


Veja - Com o fim do amor romântico, como fica o sexo?
Gikovate - Um dos grandes problemas ligados à questão sentimental é justamente o de que o desejo sexual nem sempre acompanha a intimidade efetiva, aquela baseada em afinidade e companheirismo. É incrível como de vez em quando amor e sexo combinam, mas isso não ocorre com facilidade. Por outro lado, o sexo com um parceiro desconhecido, ou quase isso, é quase sempre muito pouco interessante. Quando acaba, as pessoas sentem um grande vazio. Não é algo que eu recomendaria. Hoje, as normas de comportamento são ditadas pela indústria pornográfica e se parece com um exercício físico. O sexo então tem mais compromisso com agressividade do que com amor e amizade. Jovens que têm amigos muito chegados e queridos dizem que transar com eles não tem nada a ver. Acham mais fácil transar com inimigos do que com o melhor amigo. Penso que, com o amadurecimento emocional, as pessoas tenderão a se abster desse tipo de prática.




"As razões que levavam as mulheres a ter necessidade de casar não se sustentam mais. Nas universidades, o número de moças é superior ao de rapazes. Em poucas décadas elas ganharão mais
que eles."

 

 Veja - As desilusões com o primeiro casamento têm ajudado as pessoas a tomar as decisões corretas?
Gikovate - No início da epidemia de divórcios brasileira, na década de 70, as pessoas se separavam e atribuíam o desastre da união a problemas genéricos. Alguns diziam que o amor acabou. Outros, o parceiro era muito chato. Não se davam conta de que as questões eram mais complexas. Então, acabavam se unindo à outras pessoas muito parecidas com as que tinham acabado de descartar. Hoje, os indivíduos estão mais críticos. Aceitam ficar mais tempo sozinhos e fazem autocríticas mais consistentes. Por causa disso, conseguem evoluir emocionalmente e percebem que terão que mudar radicalmente os critérios de escolha do parceiro. Se antes queriam alguém diferente, hoje a tendência é buscarem uma pessoa com afinidades.


Veja - O senhor já escreveu colunas para jornais, revistas, atuou na televisão e agora tem um programa na rádio. O senhor se considera um marqueteiro?
Gikovate - Sempre gostei de trabalhar com os meios de comunicação. Psicologia não é assunto para especialistas, mas de todo mundo. Faço essas coisas também porque é uma forma de entrar em contato com um público diferente do que eu encontro normalmente. Na rádio, respondo perguntas de gente tacanha, que jamais teriam condição de pagar uma consulta. Estão em um outro patamar financeiro. Mas o que dizem, é ouro puro. As colunas e programas de rádio que eu faço não me trazem clientes. Às vezes, só atrapalham. Em 1982, aceitei trabalhar com o Corinthians. Era a democracia corinthiana. Foi um balde de água fria na clínica. Imagine só, o Corinthians! Não foi o tipo de notícia que meus pacientes gostaram de ouvir. Eu fiquei lá dois anos. Meu pai ficava chocado com essas coisas, porque naquele tempo médico de bom nível não fazia essas coisas. Não estava nem aí. Quando eu me interesso por alguma coisa, eu vou. No mais, se eu fosse um simples marqueteiro, não teria durado 41 anos.


Veja - Apesar de todo esse tempo de clínica, o senhor atuou sozinho, longe das universidades. Por quê?
Gikovate - O mundo acadêmico está cheio de papagaios, que repetem fórmulas prontas. Citam sempre outros pensadores, mas nunca vão a lugar algum. Não têm coragem para disso. Esse universo, do qual eu acabei me afastando, é extremamente conservador. Não são eles que produzem as novas idéias. Muitos fingem que eu não existo. Diziam à pequena que eu era um cara muito pragmático, que levava em conta muito os resultados, o que é verdade. Os que mais gostam do que eu faço não são da minha área. São os filósofos, como o Renato Janine Ribeiro e a Olgária Matos. De minha parte, eu sempre fugi dos rótulos. Não me inscrevi membro da Sociedade de Psicanálise. Não sou membro de qualquer sociedade dogmática. Não sou sócio de nenhum clube. Sou uma pessoa de mente aberta. Nunca quis discípulos. Os meus discípulos, se um dia existirem, pensarão por conta própria. Se tiverem um monte de opiniões diferentes das minhas, seria ótimo.

Muito se tem falado, tanto em sites, como em fóruns, a exemplo do Orkut, sobre o possível plágio envolvendo Jesus Cristo, o deus cristão. Tais alegações se dão devido a enormes “semelhanças” entre informações de Jesus, que encontramos na sua palavra, a bíblia sagrada, com informações que temos a respeito de diversos “deuses de mistério”, como Mitra (persa – romano), Horus (egípcio), Dionísio (grego), Krishna (hindu – indiano), Attis (Frígia - Roma), dentre outros.

A alegação dos críticos é que Jesus é mero plágio destes mitos, mesclado com informações reais (fatos) acontecidos à dois milênios atrás aproximadamente. Vamos analisar detalhadamente cada característica presente nestes deuses e compará-los com Jesus.

Deem uma olhada nesse video a seguir, é um dos vídeos, de uma série, que explica de uma forma bem clara e rapida que a bíblia, tando deus e tudo que esta nela foi simplesmente copiado de coisas muito mais antigas e que tudo se baseia nos astros.





Eu achei muito interessante, não me lembro mais quem me mandou isso por e-mail, mas é muito bom ver que tem gente que estuda a coisa a sério e não se permite ter apenas um lado da visão sobre religião.

Gostei da melodia, gostei do clip e gostei da letra...
então ta aew pra todo mundo conferir!
Abraços... =P




Nada É Pra Sempre

Ela ia se arrumar e você via TV
O pai dela ia entrar pra sentar ali com você
O café da padaria, a locadora de 1 real
Tudo se foi, pois nada é pra sempre, não
Quando o pessoal saia e você ia também
Ou sentava na esquina, esperando por ninguém
Seu cachorro de 3 pés, a vizinha do 9º andar
Tudo se foi, pois nada é pra sempre
Vai acabar sem notar que o que foi agora não vai
voltar
Pois não há um tempo melhor que agora, não
E o que tinha na garganta que ficou preso no ar
Nunca chegou a dizer e nunca mais vai falar
A professora do jardim e o peão que ninguém quer
Tudo se foi, pois nada é pra sempre
Vai acabar sem notar que o que foi agora não vai
voltar
Pois não há um tempo melhor que agora, não

"Sabe aquelas fotos de momentos felizes, só quem está nelas que sabe o que realmente foi vivido ali, naquele instate e somente essas mesmas pessoas sabem que a vida não é só feita de alegria e bons momentos.

Mas são esses momentos de turbulências que fizeram chegar entre uma foto e outra, pois não tiramos fotos dos dias tristes, nem das brigas, não gostamos de quardar momentos ruins.

Nós vivemos assim, a vida é assim, se deixe levar pelos bons momentos, sorria bastante, aproveite ao máximo, pois um dia ou outro, você terá dias ruins e é onde tem que ser forte, ter força de vontade, respeito, procurar intender os "motivos" e se "explicar" para que não se perca pessoas que você ama.

Compreender isso é preparar a maquina fotográfica para tirar uma foto, mais tarde, de um belo sorrizo."


(by bOw - fotos pela metade 05/11/2009)

bOw

bOw
Bowlokus

Quem sou eu

O asfalto esta liso demais, o mundo redondo demais, o corpo com suas curvas, perfeito demais, pessoas que respiram por ai vivas demais. Nada vale o que se vê, mas o que se sente... O mundo é impensado e organizado demais!
Fui a minha sombra ao sol do meio dia, sou esse corpo que caminha, e serei um mistério algum dia.
Eu sou masturbação mental, aquele zumido no teu ouvido, as borboletas do seu estômago e a sujeira mais íntima, pois ninguém tem um troço como eu.

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